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Diário de Classe da Pandemia - Dia 9

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Miranda* (nome fictício) da escola particular do interior de São Paulo.
A rotina mudou. Com a chegada da pandemia no Brasil as escolas fecharam repentinamente e por tempo indeterminado. O mesmo aconteceu com a escola de Miranda que fechou no dia 17 de março. O conteúdo que era passado em período integral foi adaptado para vídeos de curta duração e outras atividades online que visam incentivar a participação das crianças. O foco das atividades não está em exigir absorção de conteúdo por parte das alunas e alunos e sim em auxiliar e orientar nesse contexto de pandemia. Os vídeos falam sobre emoções como estresse e o medo, a necessidade de uma rotina, como lidar com o tédio e com a saudade, além de vídeos com atividades temáticas quando há datas comemorativas. Como o trabalho de Miranda é com crianças de 5 e 6 anos também é preciso considerar que elas não podem ficar expostas a tela durante um longo período de tempo. Além disso, devido a pouca idade também precisam de ajuda dos responsáveis, que por sua vez, também estão sobrecarregados pelo trabalho, rotina de casa e da escola. “De repente a casa se tornou o único ambiente em que descansamos e nos cansamos, trabalhamos e estudamos, somos do lar e responsáveis pela educação formal dos filhos. Por isso, nem sempre há retorno das atividades e não culpo as famílias por isso. Nunca ninguém viveu o que estamos vivendo”. De acordo com Miranda, mesmo com os diversos recursos virtuais e constantes chamadas de vídeo, a falta de contato ainda atormenta. O afeto “tem a sua importância em todos os processos durante a nossa vida. Falar bom dia pela câmera não substitui o abraço que recebia. Sem contar a dinâmica do dia-a-dia, enquanto grupo, permeada de conflitos, pequenas conquistas, o brincar livre no parque e sermos uma turma. A educação infantil é tempo de descoberta de si, do outro e do nós. Nunca foi tão difícil ser coletivo”.

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