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Paulo Freire

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O livro “Política e Educação” (1993) de Paulo Freire reúne onze textos que abordam uma “das bonitezas da prática educativa” que é exatamente o “reconhecimento de sua politicidade”. Essa relação indissociável entre educação e política é o eixo central de seu pensamento e é ela que atravessará todos estes textos e suas obras. Através de uma reflexão político-pedagógica, Freire aborda neste livro diversos temas, como a prática educativa e sua relação com a cidade, a alfabetização, educação popular e de adultos, participação comunitária e outros que permitem a compreensão crítica da História, da educação, dos educadores e do mundo. No primeiro capítulo, Freire começa mostrando como nosso discurso e prática educativa não são neutros, descomprometidos ou apolíticos, uma vez que “expressa ou explicita a compreensão do mundo, a opção política, a posição pedagógica, a inteligência da vida na cidade, o sonho em torno desta vida, tudo isso grávida de preferências políticas, éticas, estéticas, urbanísticas e ecológicas de quem o faz”. Nesse sentido, a educação, para Freire, deixa de ser vinculada a uma transmissão de saberes e passa a ser reconhecida como um ato político que possibilita a compreensão da realidade e sua transformação, a participação ativa dos sujeitos marginalizados e o reconhecimento do direito de pensar e sonhar diversamente, direito de brigar por seus sonhos, de criticar, de participar, de se posicionar, de se confrontar com a desumanização. Desta forma, o autor coloca o “ser humano que atua, que pensa, que fala, que sonha, que ama, que odeia, que cria e recria, que sabe e ignora, que se afirma e que se nega, que constrói e destrói, que é tanto o que herda quanto o que adquire, no centro de nossas preocupações”. Vale lembrar que o pernambucano amplia o entendimento de educação e política para além do senso comum ou de seu sentido mais restrito, abrangendo também nossas relações familiares, nosso trabalho, nossa situação cotidiana e fora da escola, mostrando assim que aprender e ensinar fazem parte de nossa existência e corta todas as nossas atividades, possibilitando inclusive que a cidade seja educadora e educada.

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Livro em pdf: https://bit.ly/PoliticaeEducação

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No livro “Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa” (1996), Paulo Freire reflete sobre vários aspectos que são exigidos do ato de ensinar. Uma dessas exigências, que é exposta em diversos capítulos do livro e em outras obras do autor, é o de saber escutar. Essa exigência não se restringe a apenas ouvir o outro - o que também é importante -, mas também reflete a necessidade do educador de compreender o contexto e a vivência de todos os educandos, e não apenas transmitir suas verdades a uma sala de aula. Conhecendo as realidades diversas do educando, o educador consegue utilizar esses contextos para a aprendizagem de forma crítica do objeto, se afastando de uma transmissão mecânica de conhecimento. Com o uso do seu próprio contexto, o educando é desafiado a aprender pela própria prática que ele é um sujeito capaz de saber.
Ou seja, deve-se escutar o outro para que se consiga conversar com ele. É preciso, também, estimular a fala daquele que tende apenas escutar. É com o ato de escutar pacientemente e criticamente o outro que é possível praticar o respeito, a tolerância e a humildade.
No livro, por tanto, Freire nos faz refletir em como agir em relação ao outro, tanto em sala de aula quanto fora dela. Ele nos ensina que a prática de escutar permite outras práticas essenciais, como respeito e tolerância, e é também um dos princípios que promove uma educação mais democrática com a construção das realidades vividas por todos os presentes, sendo educando ou educador.

Livro em pdf: bit.ly/PedagogiaAutonomia

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O livro “Por uma pedagogia da pergunta” (1985) é resultado de um encontro entre Paulo Freire e o filósofo Antonio Faundez. Esse livro, diferente dos outros, não tem uma divisão por capítulos. É organizado de uma maneira que permite à leitora participar da conversa entre os dois educadores que trocam suas experiências sobre educação em seus respectivos países. Apesar de muita similaridade entre eles, ainda há muito espaço para discordância, o que torna o livro muito mais interessante.

A conversa entre os autores gira em torno de um eixo principal: a função do professor. Freire e Faundez desconstroem a narrativa sobre o professor ser “detentor da verdade” dentro da sala de aula e argumentam que, na realidade, a verdade se encontra no fluxo permanente do diálogo e nas trocas que acontecem entre os alunos e a professora. A verdade não é o resultado, mas sim o processo, processo que, por sua vez, só pode ser alcançado através do diálogo. Em uma de suas falas, Freire pontua como educar assim pode ser um desafio dado que o professor deve achar um equilíbrio entre a sua postura como propositor de temas e debates e ao mesmo tempo não se recusar a discutir questões quando instigado pelos educandos. Entretanto, para que esses diálogos e discussões sejam frutíferos para o conhecimento e aprendizagem é preciso que os alunos e alunas saibam perguntar. A pedagogia da pergunta está inserida em uma lógica de compreensão pedagógica-democrática onde a existência humana, através das perguntas, é responsável pela transformação do mundo. A prática educativa que não se baseia nas perguntas é padronizada e construídas sobre coisas pré-ditas e se estabelece como antidemocrática porque não estimula a invenção e a reinvenção. Já a prática de perguntar implica em “assombro, pergunta e risco” e por esses motivos, implica em ação e transformação visto que impulsiona a aventura e a criação.

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Livro em pdf: https://bit.ly/FreireFaundez

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